Chicote para pesca de praia

Segue a abaixo a melhor página sobre chicotes para pesca de praia:

Detalhes de construção de um chicote clássico para PDP.

Um dos chicotes mais utilizados na pesca de praia é o de duas pernadas, conhecido também por " Paternoster " nos países de língua espanhola.
Vários parâmetros podem ser alterados durante sua construção, sendo ainda possível a utilização de acessórios como bait clips de diversos modelos, terminais variados e etc. 
Como exemplo, mostramos abaixo três modelos de chicotes, entre inúmeras outras opções de montagens.


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Desenhado por glbarth

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Desenhado por glbarth

Versão espanhola contemporânea do chicote com duas pernadas, construído com dois conjuntos de rotores. Os rotores usados são giradores (emerillon) apoiados em miçangas (perla).
As miçangas por sua vez são bloqueadas por stoppers de silicone (tope de silicona), que possibilitam a regulagem da altura dos rotores.
As pernadas são fixadas por meio de um nó adequado aos giradores, e um tubinho de silicone de mais ou menos 5 cm é instalado sobre a alça externa do girador, cobrindo o nó e parte da linha da pernada. O objetivo da utilização dos tubinhos seria deixar as pernadas mais armadas, para embolar menos.
No girador instalado na parte superior do chicote se prende a linha do arranque e no snap de baixo se prende a chumbada.


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fonte: nearcos-casting.com

Generalidades:

A linha mais usada na elaboração do corpo do chicote, é o monofilamento de nylon nas bitolas 0,50 - 0,60 mm.
Linhas de fluor carbono e eventualmente linhas de aço trançadas e encapadas com nylon podem ser usados para situações especiais. 
O importante é que haja equilíbrio entre as bitolas do arranque e do chicote em relação ao peso do chumbo e tipo de arremesso, não faz sentido usar no chicote uma linha mais fraca que o arranque. 

Na construção de um chicote para águas mais calmas, recomendamos que a distância entre os rotores seja no mínimo 5 cm maior que o tamanho da maior pernada, para que as mesmas não se embolem.
Exemplos de pernadas mais longas para mar calmo:
- duas pernadas de 60 cm instaladas em dois rotores separados entre si pelo menos a 65 cm.
- duas pernadas de 40 cm instaladas em dois rotores separados entre si pelo menos a 45 cm.

No entanto, em situações de mar muito agitado os rotores podem ficar afastados de tal maneira que as pernadas jamais se toquem. Neste caso a distância entre os rotores deve ser no mínimo a somatória do tamanho das duas pernadas mais 5 cm.
Exemplos de pernadas mais curtas para mar agitado:
- duas pernadas de 20 cm instaladas em dois rotores separados entre si pelo menos a 45 cm.
- duas pernadas de 40 cm instaladas em dois rotores separados entre si pelo menos a 85 cm.

Nos chicotes equipados com chumbo sem garatéia, o girador com snap que prende a chumbada, pode ser instalado a cerca de 10 cm do rotor mais baixo.
Em chicotes equipados com chumbo do tipo garatéia, recomendamos que a pernada de baixo não encoste no chumbo, pois o enrosco com as hastes da garatéia seriam inevitáveis. Neste caso, a distância entre o snap que prende a garatéia e o primeiro rotor dever ser pelo menos 5 cm maior que o tamanho da pernada. 
O girador superior que prende o chicote ao arranque pode ser instalado em qualquer dos casos, a cerca de 20-30 cm acima do rotor superior. 

Exemplo de chicotes curtos e longos, com pernadas de 60 cm.

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Desenhado por glbarth


Exemplos de configuração de chicote, prevendo o uso de pernadas de 60 cm:

- Chicote curto, para chumbadas sem garatéia: snap da chumbada + 10 cm de linha + rotor inferior (com pernada de 60 cm) + pelo menos 65 cm de linha + rotor superior (com pernada de 60 cm) + 20 ou 30 cm de linha + girador = 95/105 cm de comprimento.

- Chicote longo, para qualquer tipo de chumbada, inclusive as do tipo garatéia: snap da chumbada + 65 cm de linha + rotor inferior (com pernada de 60 cm) + pelo menos 65 cm de linha + rotor superior (com pernada de 60 cm) + 20 ou 30 cm cm de linha + girador = 150/160 cm de comprimento.


Pernadas:

O tamanho das pernadas variam de 20 a 80 cm em média, dependendo das condições do mar e do nível de mobilidade que se deseja dar às iscas. No geral indica-se pernadas de 20 a 40 cm para mar agitado e 40 a 80 cm para mar calmo.
As bitolas podem variar de 0,30 a 0,60 mm, dentro desta escala as linhas mais grossas deixam as pernadas mais armadas e com menos possibilidade de enrosco, o que pode ser uma vantagem em situações de mar agitado. 

Alguns pescadores usam monofilamento de nylon na confecção das pernadas, pois sem dúvida é a opção mais econômica. No entanto o nylon tem o inconveniente de embolar muito no chicote, principalmente quando se usam pernadas longas, tudo isso devido à memória da linha que a deixa cheia de espirais. 
A linha com espirais adquiridos durante o armazenamento em carretéis, pode ser tratada com o objetivo de minimizar o problema. Preparando-se as pernadas com antecedência e deixando-as esticadas em uma tábua ou tubo de pvc elas tendem a ficar retilíneas novamente, alguns pescadores submergem por alguns segundos a linha esticada em água quente, para facilitar o processo.
No entanto, a solução não é duradoura. Durante a pescaria, elas tendem a adquirir novamente a forma helicoidal, desta vez por acabar se enrolando no próprio chicote. Isto ocorre por exemplo durante o recolhimento do chicote, quando um peixinho vem girando e torcendo a pernada. A pernada de nylon, nesta situação fica irremediavelmente imprestável.

O uso de linhas fluor carbono tem minimizado o problema de embolamento das pernadas e muitos pescadores passaram a adotar seu uso. Se a pernada de fluor carbono embolar por qualquer razão, basta dar um forte estirão na linha para que a mesma fique retilínea novamente. 
A linha de nylon não tem este comportamente, pois tende a manter as helicoidais de forma viciada e incontrolável. 
O fluor carbono e virtualmente invisível embaixo da água, pois o índice de refração da luz é parecido com o da água. A resistência à abrasão é superior ao nylon.

Nota: para enchovas e baiacús é mais do que recomendável se usar pernadas feitas com linha de aço de 40 a 60 lb, trançadas e encapadas com nylon. Anzóis e giradores podem ser atados à linha de aço, por meio de luvas metálicas ou pelo nó em oito, que é muito eficaz.
Para retenção da pernada de aço trançado encapado, em rotores de miçangas ou de engate rápido, este nó também é bom.
O nó da bolinha funciona também para o engate rápido, mas somente com arame mais fino.

Nó em oito.

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Para os pescadores que gostam de inovar, é possível tornar a apresentação das iscas mais interessantes. Existem uma infinidade de bijuterias que podem ser aplicadas às pernadas. Lantejoulas, miçangas coloridas, flutuadores e etc, podem ser instalados antes dos anzóis como atrativos.
Os atrativos podem ou não funcionar, e são inúmeros os fatores que contribuem para o sucesso ou fracasso de sua utilização. Em alguns casos não altera o resultado da pescaria pois certas espécies são indiferentes.
Sabemos por exemplo da predileção dos pampos por bóias na cor laranja colocadas perto do anzól. Na Europa é comum o uso de miçangas coloridas para ajudar na captura de linguados.
O que dizer das iscas artificiais que seduzem certas espécies de peixes com brilho, cor e vibração. 
Claro que nada substitui uma isca fresca adequada para a situação de pesca local, mas porque não agregar às iscas de qualidade um pouco de brilho, reflexo e mobilidade usando certos tipos de bijuterias? Cabe ao pescador decidir .... é por isso que gosto de dizer que a pesca não tem regras. É um esporte aberto a idéias e inovações!


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Rotores

São inúmeras as opções de rotores que podem ser utilizados na confecção dos chicotes. A função básica de todos eles é segurar as pernadas no chicote e ao mesmo tempo dar sustentação e trabalhabilidade as mesmas.
Alguns modêlos rotacionam mais que outros, minimizando o embolamento das pernadas. Outros além de rotacionarem na vertical em relação ao chicote, permitem que as pernadas também rotacionem na horizontal. Estes são os melhores em situação de mar agitado.
O pescador deve buscar aquele que mais se adequa ao seu estilo de pesca. 
Abaixo mostramos alguns tipos de rotores: 

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Os giradores duplos e triplos representados na foto acima pelos rotores 1 e 2 são atados por meio de nós fixos, ou seja, tanto a pernada como o chicote são atados com nós. São opções seguras e adequadas para se capturar grandes espécies se dimensionadas adequadamente. 
giradores 3 e 4 giram livremente pela linha do chicote o que é uma vantagem sobre os rotores 1 e 2, pois embolam menos. Cada girador é amparado por miçangas colocadas abaixo e acima do mesmo, que por sua vez são presas no chicote por alguma forma de bloqueio. Este assunto será bem discutido durante a explanação da matéria. 
Os rotores 5 e 5a, conhecidos como rotor-miçanga, para mim são a bola da vez na PDP praticada esportivamente. Embora não seja um rotor de engate rápido, possibilita dois movimentos rotativos. O da pernada em relação ao seu próprio eixo e o da pernada em relação ao eixo do chicote, minimizando o embolamento das pernadas
Os rotores 6 e 7 deixam a pernada bem armada, mas não são de engate rápido. As pernadas só tem um movimento rotativo que é sobre o eixo do chicote. O rotor 7 é conhecido como rabo de porco.
Os rotores 8 e 9 são tipicamente de engate rápido e possibilitam dois movimentos rotativos, o da pernada em relação ao seu próprio eixo e o da pernada em relação ao eixo do chicote, minimizando o embolamento das pernadas.
Mas notem que nem todos rotores de engate rápido permitem o movimento rotativo das pernadas, se a linha for muito grossa ou o encaixe muito apertado, a pernada ficará presa.
rotor 10, gira ao redor do chicote e tem um girador na qual será atada a pernada.
Todos os rotores mostrados se dimensionados adequadamente, podem ser usados em todas as categorias de PDP.

Nó de retenção das pernadas

Como vimos, alguns rotores usam pernadas que precisam de um nó de retenção adequado, que trabalham como um nó de batente. Na minha opinião o melhor nó para este fim é o da bolinha, demonstrado abaixo:

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Chumbadas

Os chumbos mais utilizados estão na faixa de 80 a 150 gramas. O peso deve ser escolhido em função do casting da vara e das condições do mar.
As bitolas da linha do arranque e do chicote devem ser compatíveis com o peso do chumbo.
Chumbadas de 100 a 150 gramas, requerem bitolas 0,50 - 0,60 mm, dependendo da força e tipo de arremesso. 
Em função da força das correntes laterais, devemos escolher formatos de chumbo e peso adequados.
Mar agitado com fortes correntes laterais: optar por chumbos no formato pirâmidal ou em última análise, chumbos com garras.
Mar relativamente calmo com fracas correntes laterais: dar preferência para chumbos aero - dinâmicos, tipo pião ou gota com haste. Estes formatos permitem arremessos de maior distância e são mais fáceis de serem recolhidos, não judiando tanto o molinete.

Exemplos de chumbos disponíveis no mercado:

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Anzóis

Do excelente livro " Noções Gerais de Pesca de Arremesso ", escrito por Silvio Fukumoto, destacamos o seguinte: 

Na pesca de praia, os anzóis vão desde os pequenos, de números 18 e 16 na mundialmente conhecida escala norueguesa Mustad, até os grandes e fortes numerados 1/0 (um barra zero), 2/0, 3/0, até 16/0, destinados à pesca de peixes de grande porte, tais como os atuns e tubarões colossais pescados no sul do Pacífico.
Tomamos como referência a escala Mustad, não só porque está bastante difundida entre os pescadores, mas também porque em matéria de numeração de anzóis, cada fabricante adota uma escala diferente. 
Segundo o critério mais conhecido da Mustad, adotado pelo velho Ole Mustad tomando como base o padrão médio dos antigos fabricantes ingleses de anzóis de Redditch (que também nunca explicaram direito em que se baseavam para adotarem aquela escala), o número zero é o marco que divide os anzóis em grandes e pequenos. A partir do marco zero, a numeração dos anzóis pequenos vai subindo de 1, 2, 3 a 20, 22, 24 ou até onde for viável na prática, na razão inversa do tamanho, isto é, quanto maior o número, menor o anzol.
Em outra direção, ao contrário, o tamanho dos anzóis aumenta na razão direta da numeração , na qual é acrescentado o barra zero: 1/0, 2/0, 3/0, e assim sucessivamente, até tamanhos tão grandes que não há o que pescar com eles, mas o fato é que todo pescador veterano ou qualquer vendedor de artigos de pesca conhece essa numeração.
Diante desse quadro confuso, falar de anzol número X não significa nada. Para definir bem, precisamos definir a marca do anzól, tipo ou ordem, número ou modelo.Por exemplo: Mustad Shaughnessy, ordem 34007, número 1/0. 

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Na prática, refere-se aos tamanhos dos anzóis com base na escala Mustad mais comum porque é o critério adotado nos seus anzóis mais populares e conhecidos, tais como os tipos BestKirby, O`Shaughnessy, e Beak Hook (unha de gato). E dissemos escala Mustad "mais comum" considerando que a própria fábrica não adota a mesma escala para numerar todos os diferentes tipos de anzol que produz, contribuindo para aumentar a confusão reinante no setor. Seja como for, essa escala mais comum ou similar é também seguida por outros fabricantes europeus.

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Pela escala mais comumente utilizada pela japonesa Gamakasu (que também adota critérios diferentes de numeração conforme o modelo), os tamanhos recomendáveis em nosso caso variam desde os pequenos, de números 3, 4 e 5, até 20 ou mais.
No caso da Gamakatsu e de outras fábricas japonesas, a numeração é feita em escala crescente, acompanhando o aumento progressivo dos tamanhos dos anzóis. Como, também, se trata de critérios (se é que há critérios) aparentemente incompreensíveis para definir bem o tamanho é necessário citar tipo e número, assim: Akita Kitsune número tanto, Sodê número tanto, Maruseigo número tanto--só para citar três tipos muito usados pelos pescadores de competição. 
Isso tudo talvez possa parecer muito teórico e inútil, mas na prática tem sua utilidade, na medida em que o pescador se acostume a associar os números à noção dos tamanhos correspondente. E o tamanho certo dos anzóis é um item de fundamental importância no rendimento da pesca.

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Dependendo da qualidade e têmpera do aço, alguns anzóis são duros e afiados, mas quebradiços; outros são maleáveis e não quebram, mas se abrem com facilidade.
Dentre os tipos de anzóis empregados na pesca marítima, particularmente apreciados são os unhas-degato farpados (Beak Hooks) de aço inox, por serem fortes, mais resistente à água salgada e por causa das farpas retentoras de isca que têm na haste. Ademais, esse e outros tipos populares são dotados de olho (argola), o que facilita aos pescadores menos experientes o trabalho de empatá-los.
Além dos anzóis convencionais, que servem para pescar a maioria dos peixes, existem modelos especiais, projetados para a captura de determinadas espécies ou para certos tipos de pesca. Isso sem falar na garatéia, permitida nas iscas artificiais.
Para ser considerado ótimo, um anzol deve ter algumas características, tais como ponta aguçada, muito penetrante (que fisga fácil), capacidade de reter o peixe fisgado, resistência e durabilidade.
Como se trata de qualidades difíceis de conciliar, na prática prioriza-se uma ou outra conforme se esteja praticando pesca leve ou pesada. em outras palavras, o enfoque em relação às qualidades do anzol muda em função da categoria de pesca.
Na pesca de peixes de grande porte, dá-se ênfase à resistência (até porque fisgar não é problema), enquanto na pesca de peixes pequenos o mais importante é que o anzol seja "matador", isto é, que fisgue facilmente o peixe (pois aqui fisgar é problema). Anzóis grossos de farpa grande e ponta longa, como os Mustad popularmente usados e já citados, não perdem o peixe fisgado, mas não fisgam com a mesma facilidade dos tipos mais "matadores".
Já os japoneses Gamakatsu, embora não tenham a mesma resistência e capacidade de segurar o peixe fisgado, mostram excepcional capacidade de fisgar, sendo por isso, quase uma unanimidade entre os pescadores de competição 
Os anzóis mais fortes como os noruegueses que existem à venda, a granel, em qualquer loja do ramo e são largamente usados no Brasil, são fortes porque são mais grossos relativamente ao tamanho. Também seguram melhor o peixe ferrado por terem farpa maior. Mas por isso não têm a mesma aptidão para fisgar dos japoneses Gamakatsu e assemelhados, de bitola mais estreita, farpa pequena e ponta curta.
Nas competições de pesca de arremesso, onde basicamente se faz pesca leve e ninguém joga na loteria à procura de peixes enormes poucos prováveis, pois o que conta é quantidade e o tempo é limitado, o item prioritário em relação ao anzol é que ele seja "matador". O mesmo vale para qualquer pesca de barra leve.
A propósito, acrescente-se, a título de informação e registro histórico, que antigamente, antes do aparecimento dos Gamakatsu por aqui em fins da década de 70, os pescadores de competição usavam alguns anzóis franceses, principalmente das marcas Au Lion d`Or e Viellard-Migeon, esguios e fracos em comparação com os noruegueses e desconhecidos dos pescadores comuns, mas considerados mais hábeis para fisgar.

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Bait Clips

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Os bait clips são usados em chicotes com pernadas longas, para que as mesmas durante o arremesso não fiquem girando e chicoteando, aumentando o atrito com o ar. Como consequência há um certo ganho na distância dos arremessos, os enroscos das pernadas são minimizados e a integridade das iscas são resguardadas, principalmente das mais volumosas.
Quando o chicote bate na água, perde a tensão e se afrouxa liberando o anzól preso ao gancho do bait clip. O pescador deve propositalmente afrouxar a linha quando o chumbo bater no fundo e ao mesmo tempo dar algumas puxadas forte no caniço, para garantir a liberação das iscas.
Os bait clips são acessórios úteis, mas são recomendados somente para situações especiais de pesca. É preciso se avaliar a real necessidade de uso dos mesmos, pois afinal são montagens trabalhosas. 
Os bait clips mais simples, podem ser comprados em lojas especializadas ou feitos de maneira artesanal com arame de aço 0,6 à 0,8 mm.
Os tubinhos que seguram os bait clips, podem ser feitos a partir de fio elétrico descascado, dando preferência para os de silicone que são mais flexíveis e duráveis. Os tubinhos devem ter um diâmetro tal que permita a entrada da linha do chicote e do bait clip de forma justa, o comprimento do tubo deve acompanhar as dimensões do corpo do bait clip. 
Como sugestão, para segurar melhor os bait clips em sua posição, recomendamos o uso de algum tipo de bloqueio regulável abaixo e acima dos tubinhos, como nós de correr ou luvas de metal com alma de silicone. Muitas vezes, só a pressão dos tubinhos não conseguem segurar os bait clips.
No início é um pouco chato acertar a regulagem da altura para dar a pressão certa de forma que o anzól não escape do bait, mas se acaba pegando o jeito.

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Chicote com dois bait clips e rotores equipados com molas. 

É mais eficiente que os sistemas sem molas, porque durante o arremesso as pernadas acompanham a distensão do chicote sem deslocarem os bait clips ou escaparem dos mesmos. Tudo acontece graças à pressão que as molas exercem sobre a pernada. 
No desenho abaixo, os bait clips estão posicionados de forma especial. Ao nosso ver, esta forma de instalação minimiza o embaraço das pernadas com os próprios bait clips depois que são liberadas, no entanto há outras possibilidades ....
Como já dissemos é preciso se avaliar a real necessidade do uso destes sistemas devido ao trabalho na sua execução. 

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Outra opção de bait clip, muito interessante e fácil de ser feita é aquela na qual um bait clip especial com argola e gancho é instalada no final do chicote para segurar o chumbo e ao mesmo tempo servir de bait clip. Só funciona para a primeira pernada perto do chumbo, desde que o chumbo fique suficientemente afastado para esticar a pernada.

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Uma vez conhecido o desenho básico de um dos chicotes mais utilizados na pesca de praia, mostraremos a seguir algumas variações de construção e finalização. 

1 - Bloqueio regulável da altura das miçangas, possibilitando o ajuste dos rotores: 

Opções de construção:
- nó de correr (opção tradicional)
- nó de silicone
- stopper de silicone
- luvas com alma de silicone

Nó de correr:

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Dependendo do número de voltas que se dá ao nó de correr e o nível de aperto, ele correrá mais ou menos, podendo ficar quase travado. Tentar trava-lo completamente não é recomendável, pois o nó mastigaria a linha do chicote, enfraquecendo-a naquele ponto.
O nó poderá ser movimentado para a posição desejada deslocando-o com as pontas do dedo polegar e indicador. Antes de ajustar o nó é recomendável umidecer a linha com saliva para não queimá-la por atrito.
As linhas mais recomendadas são as linhas de poliamida trançada na bitola 40 (mais grossa) ou 60, as mesmas usadas pelos estofadores. Marcas comerciais Linhanyl, Linhasita, etc...

Nó de silicone:

O nó de silicone, é muito usado por pescadores europeus, como alternativa ao nó de correr e outros sistemas usados para bloquear as miçangas que dão encosto aos rotores no chicote.

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Fonte: seqüência de fotos adaptadas e editadas da animação abaixo.
No link abaixo, desenho animado do nó de silicone apresentado
http://www.fishingwa.com/a_media/knots/ ... licone.swf

Rotor - miçanga transparente com duas pequenas miçangas de encosto vermelha, seguidas do bloqueio com nós de silicone feitos com tubinhos de 4 mm na cor verde.

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Fonte: bajos de linea de Raul Gonzalez.

Para iscas mais volumosas, uma forma de fazer com que as pernadas não se desloquem durante arremessos potentes e também não corram com peixes miúdos, seria o uso de mais de um nó de silicone para segurar o rotor na posição desejada. 
Para exemplificar, desencostei os nós de silicone que normalmente trabalham encostados,para efeito de foto:

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O tubinho de silicone que tenho utilizado é o da foto abaixo:

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Stoppers de silicone:

Estes stoppers, apresentam um certo grau de dificuldade para serem transferidos para a linha grossa do chicote, sendo necessário comprá-los dentro da especificação correta de uso em relação a bitola da linha usada no chicote, sob pena de não funcionarem ou não poderem ser transferidos para a linha do mesmo.
Se usado na especificação correta, garante bloqueios reguláveis satisfatórios.


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Stoppers de silicone:

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Luvas metálicas com alma emborrachada:

Podemos usar o Silicon Crimp da Breakaway, que nada mais é que uma luva de metal com alma de silicone. 
O tubo de silicone protege a linha de nylon, da abrasão causada pela luva de metal, convenientemente apertada.
Abaixo fotos ilustrativas que falam por si.

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Não tive oportunidade de testar as luvas importadas, mas confeccionei algumas à partir de luvas de metal de 2 e 2,6 mm encontradas nas lojas de pesca. 
Como proteção ao atrito interno da luva com o nylon, usei como alma dois tipos de tubinho de silicone e também um tubinho termo contrátil disponível em boas lojas de materiais elétricos.

Os tubinhos de silicone usados foram:
- tubinho branco com diâmetro externo de 1,6mm, na verdade uma capa de fio elétrico especial para alta temperatura, bem flexível que não rasga com facilidade.
- tubinho fosforescente com diâmetro externo de 2mm (nome comercial Lumo Sleeve), opção menos interessante ao meu ver, devido ao maior diâmetro e a excessiva macies. Pode ser encontrado em lojas de pesca mais completas.

O outro tubinho testado, um termo contrátil de 2 mm de diâmetro externo que após ser submergido durante 4-5 segundos em água fervendo, teve seu diâmetro reduzido para cerca de 1,4 mm me surpreendeu pela eficiência, custo e facilidade de se encontrar. Se encaixou perfeitamente na luva metálica de diâmetro externo 2 mm praticamente sem folga, e trabalhou muito bem não permitindo que a luva metálica mastigasse a linha de nylon.

Uma dica em relação às luvas metálicas: é preciso escanhoá-las em suas extremidades internas com a ponta de uma pequena tesourinha de cortar unhas por exemplo, para retirar eventuais rebarbas que possam estar obstruindo a entrada dos tubinhos em seu interior. Este procedimento favorece o uso de luvas mais finas.

Na minha ultima pescaria, tive oportunidade de testar as luvas com alma emborrachada e o resultado foi excelente. Muito bom mesmo, basta saber dar o aperto certo nas luvas com alicate especial.
A força aplicada no aperto das luvas, determina se a mesma correrá com mais ou menos facilidade. Evite esmagá-las, isto seria contraproducente mesmo com a proteção dos tubinhos.


Tubinho de silicone branco de 1,6 mm casando bem com luva metálica de 2 mm. 

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Tubinho de silicone fosforecente casando bem com a luva metálica de 2,6 mm.

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Luvas de 2 e 2,6 mm, com alma de silicone.

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Na foto abaixo se observa da esquerda para a direita, em cima da régua, um pedaço de tubo termo contrátil virgem, um pedaço deste mesmo tubo já contraído, uma luva de 2 mm e a luva com o tubinho já encaixado em seu interior. 

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Chicote preparado com luvas metálicas e alma emborrachada.

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2 - Bloqueio definitivo das miçangas, sem possibilidade de regulagem da altura dos rotores:

Opções de construção:
- com nós fixos
- com colagem

Bloqueio definitivo das miçangas com nós fixos:

Alguns pescadores ainda utilizam este método de bloqueio. As miçangas que dão apoio aos rotores são bloqueadas por meio de nós fixos, feitos com a própria linha do chicote.
Essa alternativa embora possível não é recomendada para algumas situações.

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Nós mais elaborados como o nó da bolinha, nó em oito e o nó único de 5 ou 6 voltas, poderão ser usados principalmente em chicotes com linha mais forte, digamos 0,60 mm. Nós cegos dados um sobre o outro precisam ser evitados.
Deve-se ter em mente, que os nós usados como retentores de miçangas, enfraquecem a linha do chicote, fazendo-a arrebentar em arremessos mais fortes e agressivos com varas duras de ação rápida e chumbadas acima de +/- 120 gramas. Estes nós são mais fracos que os nós recomendados para se atar anzóis e giradores.
Em condições menos agressivas, com varas de ação mais lenta, arremessos mais fracos e chumbadas inferiores a 80 - 90 gramas, este método de fixação pode ser usado.
Na verdade o perigo de se arrebentar a linha do chicote com nós, diminui à medida que a bitola da linha do chicote aumenta. 
Perder peixes por causa do rompimento de um nó adequado feito na própria linha de um chicote 0,60mm é uma situação difícil de acontecer se estamos utilizando uma linha mestra fina de 0,18 a 0,23 mm. Não seria possível forçar ou rebocar o peixe pois a linha mestra arrebentaria antes. 
Recomendamos bom senso.

Bloqueio definitivo das miçangas, através da colagem de tubinhos plásticos:

Uma alternativa para peixes de pequeno e médio porte, seria a colagem de tubinhos plásticos que fixam as miçangas que dão apoio aos rotores, com cianocrilatos do tipo " super bonder. "
Este método de bloqueio fixo, pode não ser 100% eficiente diante da possibilidade de descolamento do tubinho durante a luta com peixes maiores. No entanto, se isto ocorrer o peixe não será perdido, pois o rotor solto se deslocara ao longo do chicote, mas continuará preso ao mesmo. 

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Exemplo de um chicote confeccionado com linha 0,60 mm, na qual o tubinho que segura a miçanga só se descolou da linha permitindo sua corrida, quando apliquei 8 kg de peso na pernada.
Considerando que uma linha mestre de 0,20 mm resiste até 4 ou 5 quilos na melhor das hipóteses, considero adequado o resultado para pdp, nesta categoria de pesca.


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Vários exemplos de tubinhos de plástico comprados em lojas que vendem miçangas:

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Imagem ampliada do sistema: tubo plástico colado + miçanga de rotação + rotor miçanga + miçanga de rotação + tubo de plástico colado:

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3 - Rotores fixos, atados diretamente no chicote: 

Uma alternativa seria o uso de giradores triplos, que não usam miçangas e bloqueios fixos ou móveis.
Os giradores triplos e alguns tipos de rotores são atados diretamente aos chicotes com nós resistentes.

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Finalizando a matéria, descrevo abaixo como faço atualmente meus chicotes de pdp. 
Uso chicotes de 150 cm, confeccionados com linha Super Rayglon 0,60 mm e rotores-miçangas de 5 a 7 mm construidos por mim mesmo. Os rotores são apoiados em miçangas pequenas bloqueadas com nós de silicone ou ainda luvas metálicas com alma de silicone.

Com nó de silicone

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Com luva metálica com alma de silicone

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A pernada depois de introduzida nos rotor-miçanga, recebe um nó de bloqueio em uma das extremidades. Uso o nó da bolinha com 3 ou 4 voltas. Na outra extremidade da pernada prendo evidentemente o anzól.
Sempre que possível, gosto de usar atrativos como lantejoulas e miçangas. Uso também flutuadores dependendo da espécie de peixe visada.
As pernadas variam entre 40 e 80 cm, dependendo das condições do mar. Uso somente fluor carbono da marca Vexter nas bitolas 0,47 a 0,60 mm.
Costumo usar um acabamento com tubo termo retrátil sobre os nós que prendem o chicote ao girador. Este acabamento cobre o nó e a alça do girador presa ao nó e evita que a linha que sobrou do corte do nó, atue como um ganchinho pronto a se enroscar nas pernadas.

Espero que esta matéria possa ter sido útil aos colegas da PDP.
Qualquer dúvida ou pergunta, não exitem em postá-las!
abs

Nota: matéria atualizada dia 25/01/2012.
_________________
Equipe Moderação PDPBr
glbarth

http://www.pescadepraiabrasil.com.br

5 comentários:

  1. O uso de "lumo" deve ser mais interessante durante a noite.

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  2. Muito boa suas dicas sobre o assunto que dificilmente achamos na web, parabéns me ilucidou bastante sobre como deveria fixar os rotores.

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  3. Muito boas suas dicas,parabéns,só não consegui abrir algumas fotos.

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  4. Parabéns pelo artigo.

    Não consigo ver todas as imagens, tem como recoloca-las.

    Grato

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